Sobre o COVID-19, mais conhecido como coronavírus, eis algumas considerações: - Sei que a informação tem de ser veiculada, mas de forma tão exaustiva como está a acontecer, não acho benéfico. Na minha ótica, alimenta a confusão, alarmismo e o pânico que são sempre dispensáveis nestas ocasiões.
- As pessoas, nos dias que correm, deviam ter mais critério nos cliques que fazem. Neste caso em concreto, os cliques mais fidedignos no acesso à informação mais pertinente e que deviam merecer a consulta de todos logo à priori são os seguintes: https://www.dgs.pt/corona-virus.aspx e https://www.who.int/emergencies/diseases/novel-coronavirus-2019. Estão aqui todas as informações e comunicados relevantes a saber a cada minuto com o maior rigor. Tudo menos entrevistas em direto via Skype com pessoas infetadas pelo vírus.
- [fôlego] As pessoas deviam também perceber que este fenómeno viral não se resolve com plantas ou ervas naturais do quintal, nem a ingerir quantidades milagrosas de vitamina C e/ou suplementos, nem a respirar fundo ‘ar puro’, nem a beber meio copo de água às 10 da manhã em ponto, nem a espetar agulhas na zona lateral do umbigo, nem com o uso de máscaras (os não infetados), nem com a receita milenar que consiste em meter meio alho e uma cebola debaixo do braço para reforçar o sistema imunitário, nem com teorias ignorantes da conspiração de que tudo isto é propositado e nem com a partilha de publicações não-oficiais nas redes sociais que fazem propagar uma única coisa: DESinformação. Nenhuma destas coisas que aqui mencionei demonstrou ou irá alguma vez demonstrar prevenir o contágio ou aumentar a probabilidade da pessoa sobreviver. NENHUMA.
- Os mecanismos de contenção e os procedimentos que vão sendo considerados por todas as organizações e sistemas de saúde a funcionar por este mundo fora, juntamente com a Ciência que se encarregará de produzir uma vacina para o novo vírus, são os dois elementos que produzirão os verdadeiros efeitos que vamos observar a médio-prazo e que consistirá no combate efetivo a este fenómeno. Mesmo a propósito da produção da vacina, esse não é um processo que se realize num estalar de dedos, apesar de muitas pessoas não compreenderem isso. E também é bom lembrar para os mais esquecidos que é graças à Ciência que sabemos que este vírus existe.
- Sobre a mortalidade associada ao vírus, felizmente, sabe-se que é baixíssima (em alguns casos, por exemplo na Coreia do Sul, abaixo de 1%). Sabe-se também dos grupos de riscos (faixas etárias mais elevadas). Sabe-se também, em relação a Portugal e a muitos outros países, que existirão vários constrangimentos (camas) caso se venha a considerar uma classificação de ‘pandemia’.
Por isto mesmo, e na minha opinião, nestas alturas é fundamental as pessoas serem bem informadas ou então simplesmente saberem-se informar de forma precisa e rigorosa. É meio caminho andado para que nem o desespero, nem o pânico passem a imperar. Temos também que confiar nas entidades responsáveis e neste caso em específico e em Portugal, a Direção Geral de Saúde está a fazer o trabalho que lhe compete.